Despedida - Aos parceiros do TOPA

Itabuna, 25 de janeiro de 2012

Caros (as) parceiros (as) do Programa TOPA, comunico-lhes que ontem, dia 24, pedi minha exoneração da função de supervisor. O motivo foi a saída da professora Miralva Moitinho. Antes de criar o topa, eu fui convidado por ela para trabalhar na direc 7 para coordenar o Setor de Educação de Jovens e Adultos (devido a minha longa caminhada nessa área), quando surgiu a idéia do topa, ela pediu que eu assumisse a supervisão. Assim fui para a direc não com o desejo de ocupar um cargo, mas com o sonho de fazer uma educação diferente, um sonho que era compartilhado pela equipe da professora Miralva, antigos companheiros de caminhada, na medida que esse grupo saiu, a partilha do antigo sonho se desfez, não havendo mais razão para minha permanência naquela instituição; não brigo por cargos,mas pela realização de sonhos, ainda não fui mordido pelo pragmatismo do poder a qualquer custo, do poder pelo poder, ainda sou um sonhador.

Mas eu não poderia sair sem fazer alguns agradecimentos muito justos aos dirigentes de entidades e prefeituras que nos apoiaram durante esses cinco anos de caminhada.

O TOPA em cada direc tem o tamanho da capacidade de mobilização de cada supervisor somada ao desejo das entidades e prefeituras de participarem do desafio de executar Políticas Públicas. Aqui na região recebemos uma verdadeira Resposta Abraâmica (Eis me aqui!) das entidades e prefeituras quando as convidamos a fazer o topa; no primeiro encontro, para apresentação da idéia contamos com mais de 400 lideranças regionais (prefeitos, secretários, líderes de entidades), serei eternamente grato a confiança de todas as lideranças que atenderam ao nosso chamado para essa construção da cidadania.

Quero então agradecer-lhes pela resposta sempre positiva ao nosso chamado, pelo empenho na execução do programa, pela lisura no trato com a coisa pública, pela compreensão das falhas do programa e pelas fraquezas do supervisor; de forma especial agradeço-lhes de coração (este coração frágil de poeta) a forma sempre carinhosa como todos sempre me trataram: prefeitos, secretários, líderes de entidades... Que os outros pares não se sintam preteridos,mas permitam, nesta hora derradeira, um agradecimento especial, íntimo, de todo o meu ser, como muita sinceridade e todo o meu amor, a estas que foram minhas companheiras cotidianas de labuta, durante cinco anos (são poucos casamentos que têm esta duração), que me odiaram e me amaram, numa deliciosa (e dolorosa) dialética do amor sem medo, que me ajudaram a crescer a evoluir; a elas que me transformaram num homem maior e melhor, às minhas coordenadoras...

Sem mais palavras, porque as lágrimas não permitem...

"O homem que é capaz de fazer do amor um instrumento de mudança é também um revolucionário. Um revolucionário, portanto, é um sonhador, é um amante, é um poeta, porque não se pode ser um revolucionário sem lágrimas nos olhos, sem ternura nas mãos".

Adeus!

Noel Costa